José Afonso - Cantigueiro, Tenho um primo convexo

2008
Tenho um primo convexo
Fadado para amnistias
Em torno de ele nadam
Plantas carnívoras
Agitando como plumas
As cordas violáceas
O meu primo dormita
Glu glu entre palmeiras
Suspenso numa rede
De suor e preguiça
Corvos bicam-lhe os pés
Trincam-lhe os calos
Enquanto a tarde jaz
E a mao suspende
O gesto de acordá-lo
E a terra treme
Mas de nada o meu primo se apercebe
Zeca
0 Comments:
Post a Comment
<< Home